O governo brasileiro espera receber em outubro uma resposta da Comissão Europeia sobre o pedido para que a lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR, na sigla em inglês) não entre em vigor no final de 2024, como está previsto. Com a crescente pressão internacional por uma prorrogação da norma, incluindo de países europeus, o Ministério da Agricultura acredita que há espaço para um entendimento, evitando assim uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro substituto e secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Roberto Perosa, afirmou: “Acreditamos no bom entendimento para que haja bom senso do lado europeu e que possamos dar um tempo razoável para as cadeias se adequarem às exigências”.
O Brasil ainda não definiu uma data específica, mas solicitou um prazo “razoável” e “factível” para a adequação das cadeias produtivas que exportam produtos como café, carne bovina, soja, madeira, óleo de palma e couro. Perosa defendeu que o prazo de extensão seja superior aos seis meses sugeridos oficialmente pela Alemanha, que também foi apoiada por Espanha, Polônia e Itália.
A realização da reunião de presidentes do G20 em novembro no Brasil pode facilitar a busca por esse consenso, segundo Perosa, caso não haja uma manifestação prévia da União Europeia até lá. “O âmbito do G20 será uma oportunidade para que os líderes globais possam discutir isso, com grandes chances de se chegar a um entendimento”, apontou. Ele está assumindo o cargo enquanto o ministro Carlos Fávaro está afastado para tratar de assuntos pessoais, com retorno previsto para a próxima segunda-feira (30/9).