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Hoje é Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025.
Os incêndios florestais que atingem a Amazônia e o Pantanal, considerados os piores em quase duas décadas, estão gerando um aumento alarmante nas emissões de carbono do Brasil. Um relatório do observatório europeu Copernicus, divulgado nesta segunda-feira (23), revela que o país emitiu 183 megatoneladas de carbono entre janeiro e 19 de setembro deste ano.
Esse número supera tanto o total de 2023, que foi de 152,8 megatonadas, quanto a média anual de 161,6 megatonadas. Com esses dados, os pesquisadores alertam que 2024 pode se igualar a 2007, quando foram registradas 362 megatoneladas de carbono.
Até agora, as emissões em setembro somam 65 megatoneladas, representando mais de 35% do total emitido no ano. Os incêndios no Amazonas e em Mato Grosso do Sul têm sido os principais responsáveis, com emissões de 28 megatoneladas e 15 megatoneladas, respectivamente.
O estado de São Paulo também tem enfrentado um aumento incomum na atividade de incêndios. Em agosto, foram registradas 5.281 queimadas, o maior número para o mês desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar. A fumaça resultante causou uma drástica deterioração da qualidade do ar, com São Paulo liderando o ranking das cidades mais poluídas do mundo em 9 de setembro.
O levantamento destaca que, ao considerar toda a América do Sul, os incêndios florestais tiveram um impacto severo na qualidade do ar em uma extensa área, que vai de Quito a Montevidéu e Buenos Aires. "A escala do transporte de fumaça e os efeitos na qualidade do ar indicam a magnitude e intensidade dos incêndios. É essencial continuar monitorando esses eventos e suas emissões para entender seus impactos na atmosfera", afirmou Mark Parrington, cientista sênior do observatório europeu.
