Mais de 1.500 municípios enfrentam escassez de vacinas, revela pesquisa da CNM"

Mais de 1.500 municípios brasileiros enfrentam uma escassez de vacinas, de acordo com um levantamento divulgado na sexta-feira (13) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). A pesquisa, realizada entre os dias 2 e 11 de setembro por meio de um call center, consultou 2.415 municípios, dos quais 1.563 (64,7%) relataram falta de vacinas, afetando principalmente a imunização infantil devido à insuficiência de distribuição pelo Ministério da Saúde.

A pesquisa revelou que a vacina contra varicela, destinada a crianças de 4 anos, está em falta em 1.210 municípios, com um desabastecimento médio superior a 90 dias. A vacina contra a covid-19 para crianças não está disponível em 770 cidades, com uma média de 30 dias de falta. Além disso, a vacina Meningocócica C, que protege contra infecções graves como a meningite, está ausente em 546 municípios, com uma média de 90 dias sem fornecimento.

Entre os estados, Santa Catarina registrou a maior proporção de municípios afetados, com 83,7% dos participantes da pesquisa relatando falta de vacinas. Pernambuco segue com 80,6%, e Paraná com 78,7%.

No panorama regional, o Sudeste é a área mais afetada, com 595 municípios (68,5% dos participantes da região) enfrentando a falta de vacinas. Em seguida estão o Sul (395 municípios, ou 65,1%), o Nordeste (370 municípios, ou 65,1%), o Centro-Oeste (136 municípios, ou 63%) e o Norte (67 municípios, ou 42,9%).

A CNM enfatiza que é responsabilidade do Ministério da Saúde adquirir e distribuir as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação para os municípios, enquanto os estados devem fornecer seringas e agulhas para a vacinação.

A pesquisa também identificou falta de vacinas contra a covid-19 para adultos em 269 cidades. Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, destacou que, apesar da vacinação ter sido um dos temas centrais no desfile de 7 de setembro em Brasília, a realidade nas cidades é a de falta de imunizantes essenciais há mais de 30 dias. Ele alerta para o risco de retorno de doenças graves e ressalta que a CNM está pressionando o Ministério da Saúde para que as vacinas sejam disponibilizadas o mais rápido possível.