Com ações contínuas de combate aos incêndios florestais nos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e diversos parceiros intensificam suas operações para mitigar os impactos devastadores das queimadas. As iniciativas foram detalhadas nesta quinta-feira (5) durante a transmissão ao vivo do boletim semanal da Operação Pantanal 2024, realizada pelo Governo do Estado.
A situação no Pantanal é especialmente crítica devido à prolongada seca e à redução da área alagada, fatores que dificultam o combate ao fogo. Além disso, a seca na Amazônia, que interfere diretamente nos ciclos climáticos do Pantanal, agrava ainda mais o cenário, já que parte das chuvas que chegam ao Mato Grosso do Sul se origina na floresta amazônica.
“A cobertura de água no Pantanal vem diminuindo e o bioma também sofre com interferências de outros ecossistemas. A Amazônia enfrenta ano após ano o avanço do desmatamento e o aumento das queimadas. Em 2023, o Pantanal já passou por uma seca extrema em outubro, que se prolonga até agora. Estamos a um mês de completar um ano de estiagem no Pantanal, o que prejudica muito as operações de combate, já que a vegetação está extremamente seca, com altas temperaturas e baixa umidade do ar. Isso impacta diretamente nas estratégias, técnicas e recursos necessários para controlar os incêndios”, explicou Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/MS.
Mesmo com o apoio de órgãos estaduais, federais e de outros estados, os focos de incêndio continuam a se espalhar por diversas áreas. As chamas atingem locais como São Gabriel do Oeste, Miranda, Naviraí, Porto Murtinho, Paranaíba, Corumbá (Nabilque) e Chapadão do Sul. Áreas de monitoramento incluem o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari (Costa Rica), Aquidauana, Corumbá (Serra do Amolar, Passo do Lontra, Porto da Manga, Forte Coimbra, Porto Esperança e Albuquerque), o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, Coxim e Miranda (Betione).
O representante do Ibama ressaltou que o combate aos incêndios no Pantanal exige mais do que recursos financeiros já mobilizados. “Este ano, e infelizmente nos próximos, apenas recursos não serão suficientes para resolver o problema. O manejo integrado do fogo e a queima prescrita devem ser amplamente implementados para conscientizar a população sobre a importância de evitar incêndios durante o período proibido. Este ano, o Governo do Estado antecipou a proibição para maio, mas tivemos um junho extremamente crítico. O nível do Rio Paraguai em Ladário caiu para -20 metros em relação à média histórica em setembro, o menor já registrado, o que é um indicativo alarmante da seca severa”, alertou Yule.
O cenário reforça a necessidade de um esforço conjunto entre o governo, as comunidades locais e a sociedade em geral para prevenir e combater as queimadas, que continuam a devastar os biomas de Mato Grosso do Sul.