Nesta quinta-feira (5), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma provocação ao declarar seu apoio à candidatura de Kamala Harris à Presidência dos EUA. Em tom irônico, Putin mencionou a "risada contagiante" da democrata como um motivo para sua preferência por ela em vez de Donald Trump.
O comentário de Putin veio um dia após o Departamento de Justiça dos EUA indiciar dois executivos de empresas de mídia russas por supostamente tentarem influenciar as eleições presidenciais americanas com propaganda pró-Rússia.
No início do ano, antes de o presidente Joe Biden anunciar sua desistência da corrida eleitoral, Putin já havia feito um comentário irônico ao afirmar que preferia Biden a Trump, chamando o primeiro de político "das antigas", possivelmente em referência à sua idade avançada, um ponto explorado pela campanha de Trump.
As agências de inteligência dos EUA acreditam que Moscou favoreceria Trump, pois o republicano está menos comprometido com o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Em um fórum econômico em Vladivostok, no extremo oriente da Rússia, Putin comentou sobre as eleições americanas dizendo que a escolha é do povo dos EUA. No entanto, ele acrescentou que, como Biden recomendou que seus apoiadores apoiassem Harris, a Rússia "fará o mesmo".
Durante o evento, Putin e a moderadora trocaram sorrisos enquanto discutiam os EUA, o que gerou aplausos do público. Ao elogiar Harris, Putin disse: “Ela ri de forma tão expressiva e contagiante que significa que está tudo bem com ela”. Ele sugeriu que talvez isso indicasse que Harris se absteria de impor novas sanções contra a Rússia, ao contrário de Trump, que, segundo Putin, introduziu mais sanções contra a Rússia do que qualquer outro presidente anterior.
“Em última análise, a escolha cabe ao povo americano e respeitaremos essa escolha”, concluiu o líder russo.
Campanha de desinformação
A inteligência dos EUA acredita que a Rússia realizou uma campanha de desinformação para apoiar Trump contra Hillary Clinton nas eleições de 2016 e para minar a campanha da democrata. O Kremlin negou repetidamente qualquer interferência nas eleições dos EUA, embora o empresário russo Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo mercenário Wagner e acusado de administrar "fazendas de trolls" russas, tenha se vangloriado em 2022: “Nós interferimos, estamos interferindo e continuaremos a interferir”.