Quase um ano após chegar a um acordo com a Receita Federal da Espanha, Shakira quebrou o silêncio e fez duras críticas à acusação de fraude fiscal. Em uma carta exclusiva publicada pelo jornal espanhol El Mundo, a cantora colombiana acusa o órgão de agir de forma “sexista” e de ter como objetivo principal “queimá-la na fogueira pública”.
Na carta, Shakira argumenta que a Receita Federal construiu um caso “artificial” contra ela, baseando-se em critérios que considera injustos e discriminatórios. A artista também revela que o fisco ficou com toda a renda que ela havia obtido.
Shakira explica que suas frequentes viagens à Espanha se deviam exclusivamente ao seu relacionamento com o ex-jogador Gerard Piqué e não à intenção de estabelecer residência fiscal no país. “Se o cantor fosse um homem americano, apaixonado por uma espanhola e a visitasse regularmente, é difícil acreditar que a Agência Tributária teria considerado que ele tinha uma intenção de enraizamento”, critica a cantora na carta.
A artista alega que a Receita Federal buscava apresentar “troféus de caça” para recuperar sua reputação e que o objetivo era obter uma “vitória fácil” às custas de sua imagem pública. Shakira também condena a postura do fisco, que, segundo ela, demonstra uma “arrogância do Estado” ao perseguir celebridades. “As coisas não se resolvem queimando uma figura pública por ano na fogueira. Não é o mesmo intimidar do que convencer as pessoas”, reflete em sua longa carta.
Apesar de ter fechado um acordo com a Receita Federal, Shakira destaca que a decisão foi motivada pela necessidade de proteger seus filhos e de seguir com sua vida. “Precisei proteger meus filhos e seguir com minha vida”, justifica-se.
A carta de Shakira expõe uma profunda insatisfação com o tratamento recebido da Receita Federal espanhola, acusando o órgão de sexismo e de utilizar seu caso para fins políticos.