Frutas desidratadas como uva, damasco, figo, ameixa, banana e tâmara são conhecidas por seu sabor adocicado e alto teor calórico, o que, muitas vezes, contribui para uma confiança negativa. No entanto, um novo estudo promete mudar essa percepção ao revelar que o consumo dessas frutas secas pode ajudar a reduzir o risco de diabetes tipo 2.
Pesquisadores chineses analisaram dados de mais de 428 mil participantes do UK Biobank, um estudo britânico que investiga a saúde de meio milhão de pessoas. Os resultados, publicados recentemente na revista Nutrition and Metabolism , mostram que as frutas secas podem desempenhar um papel importante na prevenção do diabetes tipo 2, um distúrbio metabólico caracterizado por níveis elevados de açúcar no sangue e disfunção da insulina, que podem levar a sérios problemas. de saúde, incluindo danos cardiovasculares e renais.
A nutricionista Gabriela Mieko, do Espaço Einstein do Hospital Israelita Albert Einstein, elogiou a metodologia do estudo para fortalecer a confiabilidade dos resultados. No entanto, ela destacou algumas limitações, como o facto de a pesquisa ter sido conduzida exclusivamente com uma população de ascendência europeia. “É crucial que no futuro avaliem o impacto em estudos diversos e esclareçam completamente os mecanismos envolvidos”, sugeriu Mieko.
O estudo sugere que os benefícios das frutas secas podem estar relacionados à sua riqueza em nutrientes e compostos benéficos, como flavonoides, carotenoides e fibras. Esses elementos possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que melhoram a sensibilidade à insulina e ao metabolismo da glicose. As fibras, em particular, ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue, favorecendo o equilíbrio glicêmico.
Durante o processo de desidratação, as frutas perdem água, mas conservam muitos dos nutrientes, como vitaminas A e do complexo B, além de minerais como potássio, magnésio e fósforo. As tecnologias modernas têm melhorado a conservação desses nutrientes, reduzindo as perdas durante a produção. Por exemplo, 100 gramas de uvas frescas contêm 0,8 gramas de fibra, enquanto a mesma quantidade de passas tem 5 gramas. No entanto, as passas também possuem um valor calórico significativamente maior, com 300 kcal por 100 gramas, em comparação com 50 kcal das uvas frescas.
Portanto, embora as frutas secas tragam benefícios nutricionais, é importante consumi-las com moderação, especialmente para pessoas com diabetes. O nutricionista recomenda observar o tamanho das porções e evitar o consumo isolado para prevenir picos de glicemia.
Para uma inclusão saudável na dieta, Mieko sugere combinar frutas secas com alimentos ricos em proteínas e gorduras saudáveis, como queijos, iogurtes e castanhas. Essa estratégia ajuda a prolongar a saciedade e pode ser aplicada no café da manhã, lanches intermediários ou até mesmo como substituto do açúcar em receitas de doces e mingau de aveia.