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Marina Silva alerta sobre risco de desaparecimento do Pantanal e faz apelo por mais recursos

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(Foto: Roque de Sá/Agência Senado) Por: Editorial | 04/09/2024 15:20

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, soou um alarme grave nesta quarta-feira (4) durante audiência na Comissão do Meio Ambiente do Senado. Em seu discurso, Marina destacou a gravidade dos incêndios que devastam diversas regiões do Brasil, apontando a "estiagem severa" como um dos principais fatores que têm agravado a situação em todo o país.

"A combinação entre o uso inadequado do fogo e a destruição da floresta e da biodiversidade tem gerado prejuízos irreparáveis," alertou a ministra. Ela enfatizou que, embora as mudanças climáticas sejam um agravante, o cerne da crise está na maneira inadequada como se tem utilizado o fogo e explorado os recursos naturais, o que vem trazendo consequências desastrosas para os biomas brasileiros.

Particularmente preocupante é a situação do Pantanal, um dos biomas mais ricos e complexos do planeta. Marina Silva fez um alerta contundente: se o atual padrão climático continuar, o Pantanal pode desaparecer até o final deste século. "Se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é que poderemos perder o Pantanal até o final do século", afirmou ela, destacando os impactos da baixa precipitação, da alta evapotranspiração e da perda constante de cobertura vegetal.

A ministra também chamou a atenção para a seca extrema que aflige o Pantanal e a Amazônia, apontando que o Pantanal enfrenta a maior estiagem dos últimos 74 anos, enquanto a Amazônia passa pela pior crise hídrica em 40 anos. Segundo ela, nove estados brasileiros estão totalmente tomados pela "estiagem severa", com apenas dois estados fora desse quadro, embora ainda enfrentando algum nível de seca.

Durante a audiência, Marina Silva elogiou o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), por sua atuação no combate aos incêndios florestais, usando-o como exemplo de gestão eficaz. "O governador Eduardo Riedel tem uma postura exemplar. Temos trabalhado ombro a ombro... Isso significava mais equipe, mais intensidade das equipes, isso caiu para sete. E nós queremos que chegue a zero", afirmou a ministra, destacando a importância do trabalho conjunto.

Marina Silva ressaltou ainda que o monitoramento atual mostra que cerca de 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas, com os demais distribuídos em terras indígenas e unidades de conservação. Ela citou o município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, como um exemplo preocupante da correlação entre desmatamento e incêndios, apontando um aumento de mais de 50% no desmatamento e o fato de o município ser responsável por cerca de metade dos incêndios no estado.

Para enfrentar a crise, Marina Silva mencionou os esforços do governo federal, incluindo o aumento de investimentos em brigadistas do Ibama e do ICMBio, possibilitados por créditos extraordinários. "Isso significou ter que aprovar um crédito extraordinário de R$ 170 milhões", explicou a ministra.

Em um apelo final, Marina pediu aos parlamentares que garantam mais recursos para a área ambiental no próximo ano, destacando que o orçamento do governo foi construído com base em dados científicos que já previam o agravamento da situação. "Para o ano que vem é preciso que haja um esforço, e aí é um pedido, é um apelo... quem quiser contribuir com isso que virou preocupação de todos os parlamentares", concluiu.

A fala de Marina Silva é um chamado urgente à ação, reforçando a necessidade de união entre governo, parlamentares e sociedade para proteger os biomas brasileiros, especialmente o Pantanal e a Amazônia, e assegurar sua preservação para as futuras gerações.




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