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Desigualdade social no Brasil atinge com mais força mulheres negras, mostra relatório

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Reprodução/Agência Brasil Por: Editorial | 28/08/2024 08:36

Mulheres negras enfrentam os piores indicadores de desigualdade social no Brasil, segundo o relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, divulgado nesta terça-feira (27). O estudo, que analisou dados demográficos de 2023, revela que as mulheres negras, que representam mais de 28% da população brasileira, continuam sendo o grupo mais vulnerável em diversos aspectos socioeconômicos.

No mercado de trabalho, a disparidade salarial é gritante: uma mulher negra ganha, em média, apenas 42% do que recebe um homem não negro (branco ou amarelo) ocupando o mesmo cargo. A desigualdade também se reflete nas taxas de desemprego: em 2022, 14% das mulheres negras estavam desempregadas, enquanto a taxa entre homens não negros era de 6,3%.

A insegurança alimentar é outro indicador alarmante. Cerca de 41,7% das famílias chefiadas por mulheres negras enfrentavam insegurança alimentar moderada ou grave. Em contraste, entre as famílias lideradas por homens brancos e amarelos, esse percentual era de 16,3%.

No campo da representatividade, a situação também é preocupante. Mulheres negras ocupam apenas um terço dos assentos na Câmara dos Deputados, e a presença delas nas prefeituras é ainda mais limitada.

Este relatório é o primeiro publicado pelo Observatório Brasileiro das Desigualdades, que reúne 42 indicadores sociais de diferentes fontes públicas, com o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O documento visa a consolidar informações já existentes para oferecer um diagnóstico que possa auxiliar na formulação de políticas públicas mais eficazes.

Apesar dos dados alarmantes, o relatório traz uma notícia positiva: a população em situação de extrema pobreza no Brasil diminuiu 40% em 2023, com a maior redução entre mulheres negras, cuja taxa caiu 45,2% em comparação a 2022.

A pesquisa considera como extrema pobreza aqueles com renda mensal per capita inferior a R$ 109, critério utilizado para definir beneficiários do Bolsa Família. Veja os percentuais de extrema pobreza por sexo e cor em 2023:

  • Mulheres negras: 1,9% (em comparação com 3,5% em 2022);
  • Homens negros: 2% (em comparação com 3,3% em 2022);
  • Mulheres não negras: 1,3% (em comparação com 2% em 2022);
  • Homens não negros: 1,3% (em comparação com 1,9% em 2022).



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