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Mulheres negras enfrentam os piores indicadores de desigualdade social no Brasil, segundo o relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, divulgado nesta terça-feira (27). O estudo, que analisou dados demográficos de 2023, revela que as mulheres negras, que representam mais de 28% da população brasileira, continuam sendo o grupo mais vulnerável em diversos aspectos socioeconômicos.
No mercado de trabalho, a disparidade salarial é gritante: uma mulher negra ganha, em média, apenas 42% do que recebe um homem não negro (branco ou amarelo) ocupando o mesmo cargo. A desigualdade também se reflete nas taxas de desemprego: em 2022, 14% das mulheres negras estavam desempregadas, enquanto a taxa entre homens não negros era de 6,3%.
A insegurança alimentar é outro indicador alarmante. Cerca de 41,7% das famílias chefiadas por mulheres negras enfrentavam insegurança alimentar moderada ou grave. Em contraste, entre as famílias lideradas por homens brancos e amarelos, esse percentual era de 16,3%.
No campo da representatividade, a situação também é preocupante. Mulheres negras ocupam apenas um terço dos assentos na Câmara dos Deputados, e a presença delas nas prefeituras é ainda mais limitada.
Este relatório é o primeiro publicado pelo Observatório Brasileiro das Desigualdades, que reúne 42 indicadores sociais de diferentes fontes públicas, com o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O documento visa a consolidar informações já existentes para oferecer um diagnóstico que possa auxiliar na formulação de políticas públicas mais eficazes.
Apesar dos dados alarmantes, o relatório traz uma notícia positiva: a população em situação de extrema pobreza no Brasil diminuiu 40% em 2023, com a maior redução entre mulheres negras, cuja taxa caiu 45,2% em comparação a 2022.
A pesquisa considera como extrema pobreza aqueles com renda mensal per capita inferior a R$ 109, critério utilizado para definir beneficiários do Bolsa Família. Veja os percentuais de extrema pobreza por sexo e cor em 2023:
