Tarcísio diz que São Paulo não tem mais focos ativos de queimadas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou na manhã desta segunda-feira (26) que o Estado não possui mais focos ativos de incêndio. A informação foi confirmada após o encerramento dos últimos pontos de fogo em Pedregulho e Paulo de Faria, que ainda estavam ativos até a noite de domingo (25).

“Fizemos uma verificação hoje pela manhã e confirmamos que os focos remanescentes foram extintos. Portanto, São Paulo está livre de focos ativos de incêndio”, declarou o governador em entrevista à Globo News.

Tarcísio também destacou que três indivíduos foram detidos em São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira por suspeita de incêndios criminosos. Os suspeitos foram encontrados portando gasolina e estão sendo investigados por atear fogo de forma deliberada.

Embora não haja, por ora, indícios de uma ação coordenada, as investigações continuam. A Polícia Civil e a Polícia Federal estão analisando os casos para identificar possíveis conexões e causas dos incêndios.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, descreveu os incêndios no interior paulista como atípicos e enfatizou a necessidade de investigação aprofundada. A Polícia Federal já iniciou dois inquéritos para apurar as origens das queimadas.

Enquanto isso, as Forças Armadas permanecem mobilizadas em conjunto com o Corpo de Bombeiros para realizar ações preventivas nas áreas mais afetadas pelos incêndios.

De acordo com o governador, três fatores principais contribuíram para a rápida propagação das chamas: a estiagem prolongada, as altas temperaturas e os ventos fortes. “A combinação de estiagem severa, altas temperaturas e ventos fortes criou uma situação explosiva. A baixa umidade relativa do ar nos últimos dias fez com que qualquer pequena faísca pudesse se transformar em um grande incêndio”, explicou Tarcísio.

O impacto econômico das queimadas é significativo, com o governador estimando prejuízos superiores a R$ 1 bilhão para o Estado. A onda de incêndios afetou 48 cidades, resultando em duas mortes e forçando mais de 800 pessoas a deixarem suas residências desde o início do fogo na sexta-feira (23).

A área queimada já ultrapassa 20 mil hectares, com mais de 2.300 focos registrados em três dias, conforme dados da Defesa Civil. As imagens de moradores das regiões afetadas mostram um céu encoberto por fumaça, evidenciando a gravidade da situação.

Agosto de 2024 se destaca como o mês com o maior número de focos de incêndio na história do Estado desde 1998. O governo estadual instalou um gabinete de crise na sexta-feira para enfrentar a emergência, com a "operação SP sem Fogo" envolvendo especialistas da Defesa Civil e das secretarias da Segurança Pública, Agricultura e Abastecimento, Meio Ambiente, e Infraestrutura e Logística.

Entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23), São Paulo registrou 2.316 focos de incêndio, número quase sete vezes superior ao total registrado em agosto de 2024, que contabilizou 352 incidentes. Esses dados colocam o Estado no topo da lista nacional de incêndios, superando até mesmo as regiões da Amazônia Legal, que também enfrentam uma temporada recorde de queimadas.