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Hoje é Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025.
A demanda por cafés especiais, orgânicos e artesanais tem crescido significativamente em plataformas especializadas e redes sociais, refletindo uma tendência de compra direta com os produtores. Este movimento tem se intensificado desde a pandemia, com um notável aumento no interesse por esses grãos de alta qualidade, que frequentemente possuem certificações de sustentabilidade ou são microlotes.
Com o preço do café commodity elevado devido a preocupações climáticas, o impacto sobre os grãos especiais é evidente. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), as categorias superiores, gourmet e cápsulas mostraram aumentos de 26%, 20% e 5,5%, respectivamente, em 2022. Esses segmentos também lideram as vendas acumuladas em 2024.
Entre janeiro e abril deste ano, o consumo de café no Brasil subiu 0,16% em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 4,9 milhões de sacas de 60 kg. O custo médio do quilo do café especial gira em torno de R$ 105, refletindo o perfil cada vez mais exigente dos consumidores, que preferem adquirir diretamente de sites especializados ou redes sociais.
O café representa 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com um valor significativo de R$ 42,6 bilhões. Marcas como a Olinto Café, de Franca (SP), ilustram essa tendência. Com mais de 100 anos de tradição, a Olinto Café tem se beneficiado do aumento das vendas online, permitindo a expansão para outros Estados e planos de exportação. José Tadeu de Oliveira Filho, barista e sócio da Olinto, destaca: “Nossa tradição de produzir cafés com aromas e sabores únicos, acompanhando o cultivo até o preparo, tem atraído um público fiel.”
A Orfeu Cafés também aproveita o comportamento do consumidor ao lançar microlotes exclusivos, que atraem um público exigente e apreciador de café, conforme ressalta Ricardo Madureira, presidente da companhia no Brasil.
Pequenos produtores, como as marcas Três Meninas e Monte Cerrado, de Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro, estão utilizando redes sociais para promover suas marcas, oferecendo aos consumidores uma visão direta dos cafezais e das histórias dos produtores.
“A expansão do e-commerce está democratizando o acesso a uma variedade de opções de café e valorizando os pequenos agricultores,” afirma Tadeu, da Olinto. (Informações Globo Rural)
