Startup que faz proteína de larva de mosca atrai grandes empresários

A startup de biotecnologia BuzzFly, especializada na produção de proteína a partir da larva da mosca soldado-negra (BSF), recebeu um aporte significativo de R$ 4 milhões dos empresários Olavo Setúbal Jr, Marcos Molina, André Lara Resende, Alain Belda e Antonio Maciel Neto. Esse investimento permitirá a construção de uma nova planta em Guarulhos, expandindo a capacidade de produção da empresa.

Desde 2021, os investidores já haviam aportado R$ 3 milhões na startup, apoiando a pesquisa e o desenvolvimento da fábrica em Piracicaba (SP). A nova unidade em Guarulhos, com 2 mil metros quadrados de área inicial e potencial para quadruplicar seu tamanho, aumentará a produção de proteína de larva para até 6 mil quilos por mês, com capacidade máxima de 50 mil quilos mensais após a ampliação.

A BuzzFly, fundada por Yuri Macêdo, Leonardo Massi e Leonardo Borges, utiliza larvas de BSF que se alimentam de resíduos diversos, incluindo carcaças de animais e resíduos urbanos e agroindustriais. No processo produtivo, as larvas passam por fases de "berçário" e "engorda" antes de serem abatidas. O resultado é uma separação de 30% de óleo e 45% de proteína, com 5% das larvas reservadas para recria.

O óleo da larva, registrado no Ministério da Agricultura, é utilizado como realçador de sabor na indústria de ração animal, enquanto a farinha de larva, com 60% de proteína, é conhecida por sua alta digestibilidade e palatabilidade. Os produtos da unidade de Piracicaba atendem a indústrias de ração para pets, aves e peixes ornamentais, e a nova planta de Guarulhos manterá esse foco.

Yuri Macêdo, CEO da BuzzFly, afirmou que a demanda tem superado a oferta e que a expansão permitirá atender a uma base de clientes maior. Além disso, a empresa planeja lançar novos produtos para a indústria pet e explorar mercados para criações de camarão, tilápia, suínos e outros animais de corte.

A produção de proteína de BSF oferece vantagens ambientais significativas em comparação com a criação de gado, como menor uso de terra e água, e menor emissão de CO2. No entanto, Macêdo reconhece uma "barreira cultural" para a aceitação desse tipo de produto no Ocidente.

A nova planta em Guarulhos será alimentada por resíduos de supermercados, indústrias alimentícias e outras fontes. Os resíduos não consumidos pelas moscas serão transformados em adubo orgânico para produtores de hortifrútis. A BuzzFly também investe em melhoramento genético das moscas para otimizar a produção e qualidade dos produtos finais. (Informações Globo Rural)