O recém-eleito presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, desafiou os apelos diplomáticos feitos por França, Alemanha e Reino Unido, prometendo retaliação contra Israel pelo assassinato de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, ocorrido em Teerã no mês passado.
De acordo com informações da agência Associated Press, Pezeshkian comunicou sua posição ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmando que Israel "abriu o caminho para um severo castigo com essa ação". Ele ainda reforçou que "uma resposta punitiva a um agressor é um direito das nações e uma solução para parar crimes e agressões".
Essa declaração veio após a divulgação de uma carta conjunta dos três países europeus na segunda-feira (12), solicitando que o Irã e seus aliados evitem qualquer tipo de retaliação, citando o risco de escalada do conflito. No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, criticou duramente a carta, afirmando que a exigência é "desprovida de lógica política" e "contradiz os princípios do direito internacional".
Israel, que se prepara para uma possível retaliação coordenada entre o Irã e a milícia Hezbollah, do Líbano, é amplamente considerado responsável tanto pelo assassinato de Haniyeh em Teerã quanto pela morte de um comandante sênior do Hezbollah em Beirute, embora não tenha confirmado oficialmente sua responsabilidade.
Enquanto isso, os Estados Unidos, principal aliado de Israel, estão tentando mediar um cessar-fogo entre Tel Aviv e o Hamas, em uma guerra que já resultou em mais de 40 mil mortes na Faixa de Gaza. Uma reunião diplomática envolvendo os EUA, Catar e Egito está agendada para quinta-feira (15), na esperança de adiar os planos de retaliação do Irã, conforme apurou a agência Reuters.