O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou pesar pela morte de Antônio Delfim Netto, ocorrida nesta segunda-feira (12). Em nota, Lula destacou que Delfim Netto, que morreu aos 96 anos, foi “um dos maiores defensores das políticas de desenvolvimento e inclusão social” implementadas durante seus mandatos. O presidente também ressaltou o papel do ex-ministro da Fazenda, que atuou durante o regime militar, na formulação das políticas econômicas de seus primeiros mandatos.
Lula recordou que, apesar das divergências políticas iniciais, Delfim e ele foram colegas na Assembleia Constituinte de 1987, já no fim da ditadura militar. O presidente relembrou uma ocasião em que pediu desculpas publicamente a Delfim durante a campanha de 2006. “Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, observou Lula.
O presidente também mencionou a recente perda de outra figura importante no campo econômico, a professora Maria da Conceição Tavares, destacando a contribuição valiosa de ambos para o debate econômico no Brasil. “Fica o legado de seus trabalhos e pensamentos, divergentes, mas de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos”, afirmou Lula.
Apesar de suas diferenças políticas, Delfim Netto e Lula se aproximaram em 2002, quando Delfim declarou apoio ao petista no segundo turno das eleições presidenciais. No primeiro mandato de Lula, Delfim integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, foi curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e fez parte do conselho orientador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2021, Delfim também manifestou apoio a Lula, afirmando que ele merecia uma nova chance à presidência, após as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que anularam suas condenações.
A nota do Planalto sobre a morte de Antônio Delfim Netto destaca:
“Delfim Netto foi economista, professor e ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. Durante 30 anos, fiz críticas a Delfim Netto, mas na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente. Ele foi um dos maiores defensores das políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei. Delfim participou significativamente da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais competentes. O Brasil perdeu duas referências do debate econômico com a morte de Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. O legado de seus trabalhos e pensamentos, apesar das divergências, é importante para as futuras gerações. Meus sentimentos aos familiares, amigos e alunos de Delfim Netto.”