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Cultivo do arroz retoma força e pode ganhar espaço da soja


Foto: Pexels Por: Editorial | 08/08/2024 09:41

O cultivo do arroz está prestes a retomar força no Rio Grande do Sul, podendo até mesmo ganhar espaço da soja. A principal razão para essa mudança é o preço desfavorável da oleaginosa, que está prejudicando os produtores gaúchos, especialmente após as enchentes de abril e maio. Em contraste, o arroz teve uma valorização significativa, com uma possível quebra de safra, e deve continuar subindo nas cotações. Essa avaliação foi feita pelo analista da consultoria agro do Itaú BBA, Fernando Alves, que está otimista com a retomada da produção de arroz no Estado para a safra 2024/25. Segundo ele, a expansão dos arrozais sobre áreas anteriormente destinadas à soja está nos planos dos agricultores.

"O caixa do produtor de soja no Rio Grande do Sul ficou machucado e os preços de arroz estão recompensadores com o cenário de margem melhor para o cereal", explicou Alves.

Estratégia de Comercialização

O analista sugere que os produtores vendam os estoques de arroz que estavam guardando para evitar um aumento excessivo na armazenagem, o que poderia derrubar os preços. "O produtor vai precisar comercializar ao longo da safra para ter um caixa mais saudável. Vemos preços sustentados para o arroz, semelhantes aos do ano passado", acrescenta Alves.

Valorização do Arroz

Em julho, o preço do arroz no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, aumentou 2,82%, conforme o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No dia 31 de julho, a referência ficou em R$ 116,49 por saca de 50 quilos, marcando o quarto mês consecutivo de valorização do cereal e atenuando a queda acumulada no ano.

Os pesquisadores do Cepea avaliam que a demanda mais firme, especialmente de tradings, ajudou a sustentar os preços do produto. A competição entre os compradores elevou as ofertas de valores para a aquisição do cereal. Nos primeiros dias de agosto, o mercado manteve essa tendência, com o indicador do Cepea registrando uma alta de 0,4% até a terça-feira (6/8), quando chegou a R$ 116,96 por saca.

Importação de Arroz

Durante o evento Visão Agro, realizado nesta quarta-feira (7/8) em São Paulo, Fernando Alves afirmou que a intenção do governo de importar arroz é inviável do ponto de vista logístico e comercial. O leilão para a compra do cereal de outros países foi uma tentativa do Poder Executivo de evitar uma alta de preços devido à tragédia no Rio Grande do Sul.

"O arroz que, supostamente, seria comprado abasteceria pequenos mercados em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Isso não faz sentido. O câmbio [da operação] inviabiliza a negociação", ponderou Alves. Ele acrescentou que essa pauta estava mais direcionada ao pré-lançamento do Plano Safra e à agricultura familiar.

Com a mudança no cenário agrícola, o cultivo do arroz no Rio Grande do Sul promete ganhar novo fôlego, aliviando a situação dos produtores afetados pelas enchentes e pelo mercado desfavorável da soja. A valorização do cereal e as estratégias de comercialização indicam um período de otimismo para os agricultores gaúchos.




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