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Hoje é Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2025.
Em 1956, o escritor de ficção científica Philip K. Dick escreveu o conto "Minority Report", ambientado em Washington no ano de 2054. Na história, um departamento especial de polícia prende criminosos com base em premonições fornecidas por três videntes. Em 2002, a narrativa foi adaptada para o cinema, em um filme dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise, alcançando grande sucesso. Agora, 22 anos depois, a realidade parece se aproximar da ficção na Argentina.
O governo argentino, sob a liderança do presidente Javier Milei, propôs o uso de inteligência artificial para monitorar a atividade dos cidadãos nas redes sociais e na internet, com o objetivo de "prever futuros crimes".
O projeto, apresentado na última semana de julho, prevê a criação da Unidade de Inteligência Artificial Aplicada à Segurança. Esta unidade funcionará como uma espécie de "patrulha cibernética", utilizando algoritmos de aprendizado de máquina para analisar dados históricos de crimes e prever possíveis delitos futuros com base nas interações dos usuários na web. A ideia é que esses algoritmos possam investigar crimes e identificar seus autores antes mesmo que os atos sejam cometidos.
O plano inclui o uso de software de reconhecimento facial para identificar "pessoas procuradas" e a vigilância em tempo real de milhares de câmeras de segurança espalhadas pelo país. Além disso, a unidade será responsável por processar grandes volumes de dados provenientes de diversas fontes, extraindo informações úteis para criar perfis de suspeitos ou identificar ligações entre diferentes casos.
A proposta do governo argentino suscita debates e preocupações sobre privacidade e vigilância em massa, enquanto tenta se inspirar em uma visão futurista de segurança pública. Resta saber como essa iniciativa será implementada e quais serão seus impactos na sociedade.
