Nesta quarta-feira (31), o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, lamentou a morte do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em nota divulgada nas redes sociais. Pezeshkian acusou o exército israelense de ter assassinado Haniyeh, afirmando que Israel "se arrependerá" do ataque, que classificou como "covarde".
"O Irã está de luto pela perda do corajoso líder da resistência palestina, Ismail Haniyeh. A República Islâmica do Irã defenderá sua integridade territorial e honra, e fará com que os invasores terroristas se arrependam da sua ação covarde", escreveu Pezeshkian.
A declaração do presidente iraniano segue o pronunciamento do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que também acusou Israel pela morte de Haniyeh e prometeu vingança. "O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nossa casa e nos deixou tristes, mas também preparou uma punição severa para si mesmo", afirmou Khamenei.
Ismail Haniyeh, líder do Hamas desde 2017, foi morto após um ataque aéreo atingir a casa onde ele estava hospedado em Teerã, capital do Irã. Haniyeh estava no país para participar da posse de Pezeshkian, ocorrida na terça-feira (30).
A suspeita é que o bombardeio tenha sido realizado por Israel, que já vinha mirando Haniyeh desde outubro de 2023, após o ataque ao festival de música Universo Paralello. Em abril deste ano, um ataque aéreo matou três filhos de Haniyeh que atuavam no grupo palestino na Faixa de Gaza.
Embora o governo israelense não tenha se manifestado oficialmente sobre o caso, o ministro do Patrimônio de Israel, Amichay Eliyahu, comemorou a morte de Haniyeh. "Chega de acordos imaginários de rendição. A mão de ferro que os atingirá é a que trará paz e um pouco de conforto. A morte de Haniyeh torna o mundo um pouco melhor", disse Eliyahu.
Preocupações com Expansão do Conflito
As declarações de Pezeshkian e Khamenei aumentam a preocupação da comunidade internacional sobre uma possível expansão da guerra entre Hamas e Israel. Até o momento, o conflito, iniciado após o ataque de 7 de outubro, já resultou em mais de 35 mil mortos e quase 80 mil feridos na Faixa de Gaza, além de quase 2 milhões de deslocados.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia condenou a morte de Haniyeh, culpando Israel e alertando que o ato pode escalar a guerra em Gaza para uma escala regional. A pasta afirmou que o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não tem intenção de alcançar a paz.
Os Estados Unidos também se pronunciaram. O secretário de Defesa, Lloyd Austin, disse não ter detalhes sobre o assassinato de Haniyeh, mas expressou esperança de que a expansão da guerra possa ser evitada. "Mais uma vez, faremos tudo o que pudermos para garantir que as coisas não se transformem em um conflito mais amplo na região", disse Austin.
China, Jordânia e Líbano se uniram na condenação do assassinato, afirmando que o ato levará a "mais tensão e caos na região". A diplomacia brasileira também se manifestou, informando que está acompanhando a evolução da situação no Oriente Médio.