"Quem se assustou que tome um chá de camomila", diz Maduro após Lula comentar "banho de sangue"

Durante um comício realizado nesta terça-feira (23), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rebateu os comentários recentes sobre sua declaração de um possível "banho de sangue" caso ele perca as eleições, afirmando: "quem se assustou que tome um chá de camomila". A fala ocorre um dia após o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, expressar preocupação com a declaração de Maduro, dizendo que "quem perde as eleições toma um banho de voto".

"Lula tem que aprender: quando você ganha, você fica. Mas quando você perde, você vai embora", disse Lula, referindo-se ao seu homólogo venezuelano.

Na última terça-feira (16), Maduro afirmou que o futuro da Venezuela depende de sua vitória nas eleições, alertando que, caso contrário, o país enfrentaria um "banho de sangue, uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas". No comício desta tarde, ele retomou o assunto, afirmando: "não disse mentiras. Fiz apenas uma reflexão" — aludindo ao "Caracazo", uma revolta popular em 1989 que resultou em dezenas de mortes e uma virada política na Venezuela.

Logo após sua declaração sobre o "chá de camomila", Maduro insistiu que "na Venezuela o que irá triunfar é a paz" e criticou o presidente argentino Javier Milei e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

"Aqui não vem um Milei. Vocês querem que chegue ao poder um Milei? Que chegue um Bolsonaro? [...] A Venezuela não cairá nas mãos do fascismo", declarou Maduro.

As eleições presidenciais na Venezuela estão marcadas para este domingo (28). As pesquisas eleitorais apresentam resultados divergentes, com algumas indicando vitória para Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, e outras apontando o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, como vencedor.