Apenas 5% do Pantanal foi consumido pelo fogo, mas sensação de tragédia é maior

Embora apenas 5% do Pantanal tenha sido consumido pelo fogo, a sensação de uma tragédia maior se espalhou pelo imaginário popular, principalmente entre aqueles que desconhecem a imensidão do bioma. Com cerca de 150 mil km², dos quais 90 mil km² estão no Pantanal de Mato Grosso do Sul, as imagens das chamas que rodaram o mundo em junho criaram um cenário de medo e desespero.

Os focos de incêndio se aproximaram perigosamente da área urbana de Corumbá, causando apreensão. Motoristas que trafegavam pela BR-262, principal via terrestre para a Capital do Pantanal, encontravam incêndios ao lado da pista. A tradicional festa do Arraial do Banho de São João foi marcada por um incêndio do outro lado do rio Paraguai, gerando críticas devido à fumaça que invadiu a cidade e percorreu grandes distâncias.

A maior área úmida do planeta, sedenta de água e repleta de material combustível, secou e se tornou suscetível aos incêndios, que tomaram uma dimensão preocupante dada a importância do bioma. No entanto, a chegada de uma frente fria e a ação rápida e efetiva dos bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, com o auxílio da Força Nacional, agentes do Ibama, ICMBio, fuzileiros navais, policiais militares e brigadistas do PrevFogo, conseguiram controlar o avanço dos incêndios.

A ajuda também veio pelo ar. Aeronaves como as cinco Air Tractor (uma do Corpo de Bombeiros Militar de MS e outras quatro do ICMBio), dois helicópteros da CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo), um helicóptero do Ibama, dois helicópteros “Pantera” e um helicóptero “Cougar” do Exército Brasileiro, além do cargueiro KC390 da Força Aérea Brasileira, lançaram água para combater o fogo.

No solo, a operação contou com quatro caminhões de combate a incêndio e 16 caminhonetes do Corpo de Bombeiros Militar, além de 10 caminhonetes da Força Nacional, todas equipadas com kit pick-up, mochilas costais, sopradores e equipamentos de proteção individual.

Heróis Anônimos

Na linha de frente, homens e mulheres arriscam suas vidas dia e noite para proteger o Pantanal. Entre eles, o soldado Gabriel Lobo de Oliveira destacou-se ao combater um incêndio na região do Abobral, no Porto da Manga. "No primeiro dia, fizemos todo o planejamento e combate, mas na madrugada, infelizmente, o incêndio pulou o aceiro e fizemos um novo planejamento. Mesmo cansado, aprendemos a não desistir. A vontade é de fazer acontecer, realizar nosso serviço e não deixar que essas coisas acabem com nosso treinamento. O sentimento que temos é de resiliência. No incêndio florestal, não ganhamos sempre, perdemos muito, mas o que nos faz vencer é não desistir e aplicar sempre nossos conhecimentos", relatou o soldado Lobo.

"Quando conseguimos debelar o incêndio, mesmo que seja cansativo, o sentimento que vem depois é imensurável. Dá até vontade de chorar, depois que tudo dá certo", finalizou.(Informações Governo de MS)