Nesta terça-feira (9), os vereadores de Campo Grande aprovaram o Projeto de Lei N. 11.387/24, que reduz o valor das emendas impositivas de cada parlamentar de R$ 440 mil para R$ 250 mil no exercício financeiro deste ano. A proposta foi aprovada por 24 votos a favor e dois contra, dos vereadores Luiza Ribeiro (PT) e Dr. Victor Rocha (PSDB).
As emendas impositivas permitem que os vereadores destinem recursos para instituições, serviços ou obras, como a revitalização de escolas ou reformas de praças. A nova legislação modifica a Lei n. 7.171, de 20 de dezembro de 2023, que inicialmente previa um valor quase R$ 200 mil superior ao aprovado nesta sessão. A prefeita Adriane Lopes (PP) tem até dezembro para realizar o pagamento dessas emendas.
A redução foi motivada pela dificuldade da prefeitura em cumprir os pagamentos no prazo devido à falta de recursos, evitando assim a possibilidade de a prefeita ser acusada de improbidade administrativa. A justificativa de falta de orçamento também foi usada para prorrogar o prazo de pagamento das emendas impositivas de 2023, com a nova data limite passando de dezembro para julho deste ano.
Segundo o presidente da Mesa Diretora, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), a alteração foi fruto de um acordo entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura. "A Comissão de Finanças fez esse combinado porque não tinham cumprido as emendas de 2023. A Câmara autorizou, em uma sessão extraordinária no final do ano passado, que o pagamento fosse feito neste ano. Fizemos um combinado para ser R$ 250 mil este ano e R$ 280 mil no próximo ano", explicou.
Apesar disso, Carlão acredita que os vereadores poderiam ter um orçamento maior, próximo a meio milhão de reais. "A Câmara pode ter uma emenda em torno de R$ 500 mil, o que seria R$ 14,5 milhões em um orçamento de R$ 6,5 bilhões. Hoje existem várias praças com pistas de caminhada e postos de saúde, obras feitas com emendas impositivas. É pouco, mas é melhor pingado do que secar", pontuou.
Alguns parlamentares manifestaram descontentamento com a redução das emendas impositivas. Luiza Ribeiro (PT) e Dr. Victor Rocha (PSDB) votaram contra a proposta. Luiza Ribeiro destacou que suas emendas de 2023 ainda não foram cumpridas devido a problemas na documentação. "É uma perda, porque pelo menos com as emendas impositivas tínhamos esperança de ter o atendimento pelo Executivo, mas não vemos isso acontecer", afirmou.
Dr. Victor Rocha também expressou insatisfação em "abrir mão" de quase R$ 200 mil das emendas impositivas, ressaltando que todos os valores destinados à Santa Casa são importantes, especialmente para o setor de saúde da mulher. "Já está no orçamento, é só o Executivo cumprir. Não concordo com esse projeto de lei", protestou.
Em abril deste ano, em regime de urgência, os vereadores aprovaram uma mudança na Lei Orgânica Municipal, alterando o valor mínimo das emendas impositivas e retirando o piso de 0,02%. Em junho de 2023, a Mesa Diretora aprovou uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal nº 94/23, garantindo que as emendas individuais obrigatórias fossem de R$ 450 mil a R$ 500 mil a partir de 2024. As medidas anteriores asseguravam as emendas impositivas no Orçamento Municipal, representando de 0,2% a no máximo 0,7% do valor definido na Lei Orçamentária Anual (LOA). Anteriormente, o valor disponível para cada vereador era de R$ 200 mil.