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Acionistas da Nestlé pressionam a empresa para que ofereça produtos mais saudáveis

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Direitos de autor LAURENT GILLIERON/AP2009 Por: Editorial | 26/04/2024 10:34

Investidores, incluindo a Legal and General Investment Management (LGIM), com investimentos totalizando 1,68 trilhões de dólares, apoiam uma resolução que será votada na Assembleia Geral Anual da Nestlé, em Lausanne, Suíça. A resolução, coordenada pela ShareAction, surge de preocupações sobre a falta de transparência da Nestlé quanto à transição para opções alimentares mais saudáveis. No ano passado, a Nestlé anunciou metas para aumentar em 50% as vendas de produtos nutritivos até 2030, consideradas insuficientes pelos acionistas. A resolução propõe a definição de um objetivo globalmente reconhecido para reduzir as vendas de alimentos não saudáveis em todo o mundo. 

Apesar da declaração da Nestlé em seu site sobre o objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover um futuro mais saudável, Catherine Howarth, em um comunicado de imprensa, destacou que três quartos das vendas globais da empresa são de produtos não saudáveis, com altos níveis de sal, açúcar e gorduras. O apelo dos investidores vem à tona em meio a um escândalo envolvendo alimentos para bebês com alto teor de açúcar comercializados pela Nestlé em países de baixa e média renda, conforme revelado por uma investigação da Public Eye e da International Baby Food Action Network (IBFAN).

Nestlé controla 20% do mercado mundial de comida para bebés

A Nestlé detém uma fatia significativa de 20% do mercado mundial de alimentos para bebês, avaliado em quase 70 bilhões de dólares (ou 656 bilhões de euros). Especificamente em países de baixa e média renda, as marcas de alimentos para bebês da Nestlé registraram vendas superiores a 2,5 bilhões de dólares (ou 2,3 bilhões de euros) em 2022, conforme dados da Euromonitor.

Uma investigação revelou que essas marcas, promovidas como saudáveis e essenciais para o desenvolvimento infantil, contêm níveis elevados de açúcar adicionado. O aspecto mais preocupante é a disparidade na quantidade de açúcar nos produtos, dependendo do país, sugerindo que "para a Nestlé, nem todos os bebês são tratados igualmente em relação ao açúcar adicionado".

Produtos da Nestlé em África têm mais açúcar. Porquê?

Uma investigação revelou que produtos da Nestlé vendidos em África possuem quantidades significativamente maiores de açúcar do que os mesmos produtos comercializados na Suíça. Enquanto cereais para bebês semelhantes na Suíça são promovidos como "sem adição de açúcar", os mesmos produtos no Senegal e na África do Sul contêm 6 gramas de açúcar adicionado por porção. Esta disparidade levantou questões sobre a abordagem da Nestlé em diferentes regiões.

A pesquisa examinou 115 produtos da Nestlé em mercados-chave na África, Ásia e América Latina, constatando que cerca de 94% continham açúcar adicionado. Em média, esses produtos continham aproximadamente 4 gramas de açúcar por porção, com um pico de 7,3 gramas em um produto para bebês nas Filipinas.

A ShareAction criticou o modelo de negócios da Nestlé, enfatizando sua dependência de alimentos não saudáveis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda evitar bebidas açucaradas e alimentos com adição de açúcar no primeiro ano de vida, além de defender a proibição do açúcar adicionado em alimentos para bebês, com um limite de 15% da ingestão energética total.(euronews)




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