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Hoje é Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2025.
As duas maiores economias da Europa, França e Alemanha, encontram-se em um impasse quanto à estratégia comercial a ser adotada em relação ao Brasil. Enquanto os exportadores alemães buscam contornar a oposição da França a um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, a indústria de veículos da Alemanha considera a possibilidade de dividir o pacto entre os blocos, na esperança de preservar parte das negociações que já se estendem por 25 anos.
Sob pressão de agricultores que protestam, chegando a bloquear as entradas de Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a oposição de seu governo ao acordo de livre comércio com o Mercosul. Este tema estará em discussão durante a cúpula da Europa em Bruxelas, agendada para esta quinta-feira.
Na última segunda-feira, Macron sugeriu o término das negociações com o Mercosul, afirmando que a Comissão Europeia reconheceu a impossibilidade de concluir as negociações no atual cenário. Contudo, essa versão foi negada por Bruxelas. Michael Hager, chefe de gabinete do comissário europeu para o comércio exterior, Valdis Dombrovskis, esclareceu que não há uma paralisação nas negociações.
Em pronunciamento na terça-feira, Macron reiterou sua oposição ao pacto, indicando que a França não assinaria o acordo nos termos propostos. Essa posição alinha-se com a tradição de Paris, contrária à abertura do mercado agrícola para a concorrência sul-americana. O presidente francês, que anteriormente havia destacado o desmatamento decorrente das políticas de Jair Bolsonaro, agora utiliza o argumento social como justificativa para impedir a entrada de produtos brasileiros em seu mercado.
Em entrevista à rede de TV CNEWS nesta quarta-feira, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, deixou claro que Paris intensificará a pressão sobre a Comissão Europeia para interromper as negociações com o Mercosul. Le Maire enfatizou o poder da França na Europa quando busca seus interesses e assegurou que fará tudo ao seu alcance para garantir que o acordo com o Mercosul não seja assinado nos termos propostos, argumentando que "o acordo não pode e não deve ser assinado".
