Agricultores franceses intensificam protestos em meio a demandas urgentes

Pelo segundo dia consecutivo, agricultores franceses bloquearam rodovias cruciais na região de Paris, marcando uma resistência persistente em busca de respostas às suas exigências. Os manifestantes, convocados pela maior central agropecuária do país, a FNSEA, e seus aliados do grupo Jovens Agricultores (JA), expressam insatisfação com várias questões, desde a queda das receitas até a concorrência estrangeira, passando por aposentadorias baixas, burocracia administrativa e inflação de normas ambientais.

A situação atingiu um ponto crítico quando os agricultores ameaçaram bloquear o mercado atacadista de Rungis, destacando a gravidade do impasse. O primeiro-ministro Gabriel Attal está programado para fazer um discurso sobre política geral no período da tarde, durante o qual são esperados novos anúncios do governo para acalmar as tensões no setor agrícola.

Yohan François, representante do sindicato FDSEA, elogiou a determinação dos agricultores para uma resistência de longo prazo. "Vamos assistir o discurso (...), mas há poucas possibilidades de sair algo disso", declarou à AFP, destacando a desconfiança em relação às promessas governamentais.

Os agricultores, a bordo de tratores, iniciaram na segunda-feira um "cerco da capital com duração ilimitada", em um esforço para chamar a atenção para as suas demandas. Samuel Vandaele, um trabalhador rural presente em uma das rodovias bloqueadas, afirmou: "Foi uma noite curta, precisamos nos recuperar, mas estamos preparados."

O movimento agrário, no entanto, não é unânime, e as autoridades mobilizaram um grande dispositivo de segurança para impedir ações mais extremas. Arnaud Rousseau, líder da FNSEA, enfatizou que o objetivo não é "matar os franceses de fome", indicando a necessidade de um diálogo efetivo para resolver as demandas do setor.

As exigências dos agricultores incluem medidas concretas para enfrentar a queda das receitas, aprimorar as condições de aposentadoria, reduzir a burocracia administrativa, lidar com a inflação das normas ambientais e abordar a preocupante concorrência estrangeira, especialmente relacionada ao acordo negociado entre a União Europeia e o Mercosul.

À medida que o impasse persiste, a tensão aumenta, e a expectativa em torno do discurso do primeiro-ministro reflete a urgência de soluções efetivas para as preocupações dos agricultores, que desempenham um papel crucial na terceira maior potência agrícola europeia e sexta do planeta.