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“Conluio”: direção da Abin sob Lula interferiu em investigação, diz PF

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Hugo Barreto/Metrópoles Por: Walter Azzolini | 25/01/2024 15:04

Os investigadores da Polícia Federal (PF) envolvidos na operação Vigilância Aproximada afirmam que, já após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o Planalto, a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação”. Os policiais dizem, no entanto, não ter sido possível identificar o objetivo dessa manobra.

Trecho de relatório que teve o sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indica o seguinte: “A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuízo para presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”.

Os policiais fizeram críticas à atuação do antigo Diretor de Inteligência da PF, Alessandro Moretti, que hoje ocupa o segundo cargo na hierarquia da Abin. Em reunião com investigados no caso, apontam os documentos da operação, Moretti teria dito que a apuração teria “fundo político e iria passar”.

“Não é a postura esperada de delegado”, aponta o relatório que embasou as ordens de busca expedidas pelo ministro Moraes.

Segundo o documento, a reverberação das declarações da direção da ABIN “possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existência de ‘fundo político’ aos investigados ao declarar se tratar de ‘Politização e disputas mesquinhas de poder com a Inteligência de Estado’, em demérito à presente investigação.”

Na decisão, o magistrado afirma que a Abin, durante a gestão Bolsonaro, “teria instrumentalizado a mais alta agência de inteligência brasileira para fins ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político, bem como de autoridades públicas, sem a necessária autorização judicial.”

Mudança no comando

Em nota, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) defendeu que a nova operação da PF mostra a importância de ter servidores do próprio órgão em posições de comando.

“Se confirmados os ilícitos apurados, a problemática gestão da ABIN por Alexandre Ramagem e seus assessores reforça a importância de a Agência ser gerida por seu próprio corpo funcional, e não por atores exógenos politicamente condicionados, como no governo anterior”, escreveu a direção executiva da Intelis.

Ainda na nota, a entidade defende que os profissionais de carreira da Abin são os maiores interessados na apuração de desvios no uso de ferramentas de inteligência. Ao fim da nota, a Intelis pontua que essas ferramentas (no caso, o FirstMille) “são semelhantes às utilizadas nos sistemas de inteligência de democracias consolidadas”. (metropoles)




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