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Hoje é Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2025.
O Ministro de Carreira Diplomática de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, anunciou que a Rota Bioceânica está destinada a criar um mercado abrangendo 180 milhões de consumidores, através do estabelecimento de novos fluxos comerciais. Segundo informações do jornal folhadedourados, a revelação foi feita durante sua palestra no evento de instalação da Frente Parlamentar para o Acompanhamento da Implantação da Rota Bioceânica. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (21) no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e foi proposta pelo Deputado Zeca do PT, coordenador da Frente Parlamentar, contando com a presença de ex-governadores e do atual chefe do Executivo Estadual, Eduardo Riedel.
"O Corredor abrirá um mercado de 180 milhões de consumidores ao integrar módulos logísticos já existentes e permitir uma movimentação de cargas mais eficiente," afirmou o Ministro Parkinson. Ele enfatizou ainda que "o Corredor não se limita ao transporte; é uma plataforma para o desenvolvimento econômico e social local, algo vasto e profundo." Entre as oportunidades comerciais oferecidas pela Rota Bioceânica, o Ministro mencionou o aumento das exportações de carne para o Peru, Equador e Colômbia, com menor custo e tempo, e o aumento do fluxo de cargas através do Chile.
O projeto da Rota está bem adiantado, com uma das obras mais importantes, a Ponte Carmelo Peralta-Porto Murtinho, programada para ser concluída no primeiro trimestre de 2025, conforme informou o Ministro Parkinson. Além disso, o último trecho da Transchaco, com 220 quilômetros, já foi licitado e as obras começarão no segundo semestre de 2023. No lado brasileiro, o processo de licitação para a construção de uma rodovia em Mato Grosso do Sul, com um investimento superior a R$ 300 milhões, está programado para começar no próximo mês, de acordo com a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que também participou do evento.
Quanto aos ganhos econômicos com a exportação através do Oceano Pacífico pelos portos chilenos, Parkinson estimou uma redução de 23% no tempo de viagem em comparação com o uso do Porto de Santos, o que equivale a uma economia de 12 dias. Ele detalhou, "Em Santos, os navios levam, em média, quatro vezes mais tempo em ancoragem, atracação e movimentação de cargas do que em Antofagasta [no Chile]."
O Ministro também apresentou outras comparações que destacam as vantagens da Rota Bioceânica. "Quando as mercadorias chilenas entram no Brasil por via terrestre, através de São Borja ou Uruguaiana (RS), percorrem 4.516 quilômetros até chegar a Campo Grande. Com a Rota Bioceânica, a mesma origem e destino serão alcançados em 2.396 quilômetros," explicou, resultando em uma redução de 2.120 quilômetros.
Da mesma forma, as rotas pela Argentina e pelo Paraguai se tornarão mais curtas e econômicas. "As mercadorias argentinas que vêm de Salta para Campo Grande, atualmente passando pelo sul do Brasil, percorrem uma distância de 4.049 quilômetros. A Rota Bioceânica permitirá que a mesma origem e destino sejam alcançados diretamente em 1.966 quilômetros," declarou o Ministro. "Os produtos paraguaios exportados por via terrestre entram no Brasil por Foz do Iguaçu, percorrendo uma distância de 1.512 quilômetros. No entanto, ao utilizar o Corredor, essa distância é reduzida para 730 quilômetros," acrescentou ele.
