O arcabouço fiscal — não há mais como negar –, é uma peça frágil.
Embora a meta do resultado primário para 2025 esteja mais próxima do que seria uma realidade para o cenário fiscal, é preciso dizer que a dinâmica das contas públicas não mudou. Pelo contrário, mantém-se uma política de gastos mais altos a qualquer custo.
A arrecadação está aumentando bastante e ainda assim não está sendo suficiente para fazer frente ao aumento de gastos previstos pelo governo.
Isso significa dizer que o ambiente para a gestão das contas publicas está pior. O governo Lula, pelo menos nesse mandato, não vai conseguir entregar um superávit.
No mercado, a leitura é que vai haver déficits seguidos até perto de 2028 ou 2029.
Nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou de um evento nos Estados Unidos, onde levantou uma bandeira amarela.
Já faz tempo que o risco fiscal saiu do cenário de risco da autoridade monetária, mas ontem ele disse que, se houver uma percepção de que o Brasil não tem uma âncora fiscal, que é o arcabouço, fica mais difícil o trabalho do BC. Esse é um ponto.
Segundo ponto: economistas tem ressaltado que aquele desejo de ter de volta o grau de investimento para o Brasil, que é o selo de bom pagador, virou um sonho distante.
Em paralelo, o Congresso já entregou o que tinha que entregar no ano passado e, nesse ano, está querendo tomar umas coisas de volta, como a desoneração da folha. Então, o ambiente para colocar de pé o que o Haddad gostaria não existe mais, nem pelo Brasil e nem pelo cenário externo.
Com dólar acima de R$ 5 já há um bom tempo, o ambiente já não tá mais propício para continuar fazendo coisas erradas com as contas públicas. (CNN)