| Naviraí/MS - Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Na menor cheia da história, nível do Rio Paraguai recua em pleno mês de março


Em julho do ano passado o Rio Paraguai atingiu 4,24 metros em Ladário, o que contribuiu para um recorde nos embarques de minério Por: Editorial | 18/03/2024 17:43

Embora ainda seja prematuro para concluir que o período de vazante do Rio Paraguai tenha começado em pleno mês de março, três meses antes do que acontece historicamente, o fato é que o nível na régua de Ladário chegou e 90 centímetros no dia 7 de março e faz doze dias que parou de subir, conforme mostram os dados divulgados diariamente pela Marinha. Nesta segunda-feira (18), está em 88 centímetros, dois a menos que na semana passada.

A não ser que ocorram chuvas atípicas daqui em diante, esta tende a ser a menor cheia em 124 anos. Segundo o professor e estudioso do comportamento do nível do Rio Paraguai, Carlos Padovani, da Embrapa Pantanal, a menor cheia desde 1900, quando começaram as medições, ocorreu em 1971, ano em que máxima foi de apenas 1,11 metro, o que significa 21 centímetros acima do pico que ocorreu até agora em 2024.

Antes disso, em 1964, o pico havia ficado em apenas 1,33 metro. E foi neste ano em que também foi registrado o nível mais baixo até hoje, que foi de 61 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário. Depois disso, o menor nível ocorreu em 2021, com 60 centímetros abaixo do zero. 

Em 18 de março de 1971, ano em que foi registrada a menor cheia, o nível estava em 89 centímetros, segundo o professor Carlos Padovani. Ou seja, estava um centímetro acima dos 88 centímetros registrados nesta segunda-feira (18).

Consequências

E esta escassez de água, que é reflexo do fenômeno El Niño, é muito mais do que uma mera estatística. Segundo Rogério Iehle, que administra um hotel e um pesqueiro no Passo do Lontra, às margens do Rio Miranda, o movimento de turistas cai em pelo menos 30% em anos sem cheia no Pantanal. 

Além disso, lembra ele, a falta de chuvas e a inexistência de alagamentos aumenta o risco de queimadas, que em 2020 e em 2021 destruíram milhões de hectares de vegetação no bioma pantaneiros. Os alagamentos ao longo do Rio Paraguai só ocorrem depois que ele ultrapassa os 4 metros na régua de Ladário. 

Sem água, o Rio Paraguai também deixa de ser via de escoamento de minérios e de soja. No ano passado, quando o pico do rio em Ladário chegou a 4,24 metros, foram escoadas 1,62 milhões de toneladas de soja e 6,05 milhões de toneladas de minério. O volume foi 73% superior ao ano anterior.

Para 2024 havia perspectiva de superar estes números, mas por falta de água as barcaças com minério estão descendo o rio com apenas 70% da capacidade. E, se o nível realmente continuar descendo, nas próximas semanas os embarques terão de ser suspensos, fazendo com que todo o minério seja escolado por rodovia. (correiodoestado)

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