| Naviraí/MS - Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Prefeita visita favela do Mandela e traça ação para ajudar a comunidade


Prefeita Adriane Lopes conversa com moradores - Gerson Oliveira / Correio do Estado Por: Walter Azzolini | 17/11/2023 11:02

Os moradores que perderam tudo e manifestaram o desejo de deixar o local serão atendidos pelo CRAS Henedina Hugo Rodrigues, no bairro Vida Nova e serão encaminhadas para um abrigo que será montado na Escola Kamé Adania.

A preocupação manifestada por alguns dos moradores que não quiseram deixar o local, estava relacionada ao medo de ir e ter os poucos pertences que conseguiram salvar furtados. Situação que ocorreu enquanto ajudavam uns aos outros retirando eletrodomésticos, crianças e ao mesmo tempo conter o fogo.

"Enquanto a gente estava no desespero tirando botijão de gás, coisas para fora, as pessoas más  aproveitaram para levar botijão de gás, televisão sumiu. Porque a gente no apuro foi tentar salvar o que podia para ajudar o próximo. Se já estão roubando com a gente aqui imagina se nós sairmos. Já tá difícil, tenho pouco e querem roubar?", contou Jessica que mora no local com o companheiro e dois filhos.

Para a imprensa, após a reunião de gestão de crise a prefeita informou que até o momento 43 famílias aceitaram o acolhimento. Já os que permaneceram no local ficarão aos cuidados de agentes da Defesa Civil e da Guarda Civil Metropolitana.

“Vão ficar na comunidade agora, acalmando os ânimos, entendendo todo o processo. Tenho certeza que outras famílias também virão para o acolhimento”, explicou a prefeita.

Prefeita na favela do Mandela

Enquanto esteve na comunidade do Mandela, a prefeita relatou ao Correio do Estado, que os moradores estão sendo cadastrados por quatro ou cinco secretarias trabalhando em conjunto para atender as vítimas do incêndio.

"Vamos ouvir a comunidade, ninguém vai tomar nenhuma decisão isoladamente. E a gente vai atender a todas as famílias que estão precisando de atendimento agora".

A moradora Luciane Braga, inconsolável, contou para a prefeita que perdeu tudo e questionou em relação à moradia para a comunidade. A gestora explicou que estão em um processo de regularização.

"E quando a nossa moradia como que vai ficar? Agora a gente está na rua. Desamparados. Sem barraco, sem nada", comentou a moradora. Com relação a área que a prefeitura pretende ceder ela questionou: "Então, vocês vão conseguir doar pelo menos material pra gente construir? Imagina ficar na rua, não tenho nem família aqui, eu morava solo. Eu trabalhava, trabalhava. As minhas coisas conquistei tudo aí lutando, trabalhando sozinha, não tenho ninguém aqui", lamentou Luciane.   

 

Crédito: Laura Brasil

 

Com relação a forma de construção das novas moradias, Adriane chegou a citar o programa Credhabita que concede crédito para famílias de baixa renda construírem suas moradias e mencionou outros do município que podem facilitar para que a comumidade tenha acesso à tão sonhada casa própria.

"A outra área precisamos da licença ambiental que a gente já está resolvendo", explicou Adriane sobre benefícios para construção da casa, complementou: "Temos o Credhabita, agora vamos sentar com cada família e vamos resolver. Ninguém vai tirar o direito de vocês. Eu vim aqui como mulher, como mãe", disse Adriane. 

Alguns moradores relataram à reportagem que perderam seus bichinhos de estimação. Enquanto outros conseguiram soltá-los. Cachorros passeavam em meio aos moradores, bombeiros e agentes de segurança, sobre a causa animal, Adriane falou que estará sendo atendida em breve.

"Para as pessoas, os animais, vamos atender a todos. A gente só precisa ter um pouquinho de paciência. É um momento muito difícil para todo mundo. Mas nós vamos atender a todas as famílias que precisarem serem atendidas", explicou  a prefeita.

O presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos Augusto (PSB), também esteve no local prestando solidariedade aos moradores. Sobre o incêndio ressaltou que a população em situação de visível vulnerabilidade nessecida de ajuda celere. 

"Acho que a prefeita tem que dar uma resposta imediata que é a questão do incêndio. E depois uma resposta da casas porque tem que remover essas famílias daqui. A prefeita está aqui para conversar com eles e nós vamos cobrar. Eu vim para ajudar. Vai vir mais vereadores da Câmara para tentar intermediar", comentou Carlão.

Consumido pelo fogo

O local ficou completamente destruído conforme informou o Capitão do Corpo de Bombeiros, Alencar, mais de cem barracos pegaram fogo. Ainda assim, enquanto o maquinário trabalhava para fazer o rescaldo, populares procuravam em meio aos escombros coisas que pudessem salvar. 

Entre tantos objetos caídos ao solo o caderno escolar de uma criança com carimbos da escola de atividades em dia chamou atenção da reportagem. São pequenos retalhos de uma comunidade humilde que vivia em situação precária e "agora perdeu tudo".

Pranto de famílias, pessoas que viviam solo, desespero de ver o pouco que tinham ter sido consumido pelas chamas. "Triste, triste porque [isso aqui] é um pedacinho da gente. Mas graças a Deus que não morreu ninguém. Menos mal porque vidas não foram [perdidas] diz que agora vão ver uma área para gente", comentou Sandra Maria Pereira dos Reis, de 65 anos. (correiodoestado)




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